quarta-feira, 3 de julho de 2013

Desenhador do quotidiano ou forma de passar o enfado diário?

Tenho notado de forma bastante nítida, em blogs que contemplam o desenho, nomeadamente os cadernos de artista e em especial os diários gráficos, a preocupação dos seus autores em fazerem referência à produção de desenhos como uma prática contínua e diária, pela simples razão de uma necessidade incontrolável de desenhar, pelo simples prazer, ou pela necessidade em registar e arquivar observações e imagens que se lhes deparam no quotidiano.
Não tenho problemas nenhuns com esta apresentação, ou melhor, esta atitude epistemológica perante o desenho, pois eu mesmo em muitos casos ou situações me apoio nestes pressupostos e vontades. No entanto raras são as vezes em que vejo os autores dizerem que fizeram um desenho porque não tinham mais nada de útil para fazer, ou que estavam à espera do autocarro ou metro ou comboio, ou o que quer que seja, e para passar o tempo, retiraram o caderno da mochila e começaram a desenhar.
No meu caso, noto que muitos, senão a grande maioria dos desenhos que produzo nos meus diversos diários gráficos foi realizado devido ao enfado diário. Quer seja uma aula, ou a espera pelos inconstantes transportes públicos, tenho muitos desenhos de pessoas de costas, que como no meu caso estão sujeitos ao enfado, uns como eu, também desenham para passar o tempo, outros não tendo esse gosto ou capacidade, têm de aguentar como podem.













terça-feira, 2 de julho de 2013

Madrid em Junho

Na passada semana fui a Madrid, e como é claro aproveitei para fazer uns desenhos. A cidade é bastante grande e tem uma malha urbana com muitas paralelas e perpendiculares, o que faz com que cenas amplas com avenidas e edifícios grandes sejam inevitáveis. No entanto, e devido à quantidade de árvores, luz e calor que se fizeram sentir, procurei alguns enquadramentos que me permitissem alguns desenhos decentes.





segunda-feira, 1 de julho de 2013

No atelier com os alunos

Tenho por hábito, quando as aulas são calmas e os alunos não têm uma constante necessidade de ajuda nos seus desenhos e pinturas, de me sentar numa cadeira e os desenhar, assim como toda a panóplia de objectos que enchem o atelier. Como estes estão concentrados, são excelentes "presas" para serem representados, pois não estão constantemente em movimento, e permitindo-me desenhos de contorno bastante ópticos.
Sinto algum prazer em produzir representações deste género, pois normalmente os únicos registos e memórias que perduram, são os da coisa realizada, ou seja, pintura ou desenho que se executou. Nestes desenhos, perduram as situações a dinâmica e o contexto em que o objecto foi executado... é como tirar um retrato da parte de trás da cabeça, ou seja uma perspectiva diferente da observação.